Vamos tornar-nos mais civilizados?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Os últimos primeiros de maios

Primeiro de Maio, dia de luto e de luta!
Eis o maior dos anacronismos dos dias que correm. 
No tempo em que o trabalho era o gerador da riqueza existente, fazia todo o sentido que as forças que se degladiavam pela posse dessa riqueza celebrassem os seus dias e honrassem os seus mártires.
Hoje, o trabalho escasseia e cada vez escasseará mais. 
A ultra racionalização dos processos produtivos de mãos dadas com a evolução da robótica e a tecnologia de uma forma mais lata, irão, num futuro não muito longínquo, fazer guindar à dignidade de desempregados grande parte da população desta bolinha de ar e água que deriva pelo cosmos. 
Acontece que todos nós fomos educados para o trabalho. Havia até quem afirmasse que o trabalho dignificava (esta, como todas as verdades universais e absolutas tem o seu quê de ridículo). O velho Marx, a limite, encontrava a dignidade do homem numa forma de organização do processo produtivo em que este encontraria a sua dignidade no lazer, uma vez que esses avanços tecnológicos e esses aperfeiçoamentos dos processos produtivos os libertariam para o pensamento e para a reflexão. 
Irra! Marx, como se pode ver hoje, não percebia patavina de Antropologia. Se lhe tivessem dado uma lições mínimas da coisa, estaríamos no exacto ponto em que estamos, e muitos de nós deixariam de passar por pesadelos idênticos à realidade que vivemos e que se agrava de dia para dia.
Por seu turno, os Governos, nunca pensaram em educar as pessoas para não trabalhar. Mas dentro em pouco, vão ter de pensar no assunto, sob pena de não conseguirem lidar com as consequentes manifestações e convulsões sociais. Nesta fase, já não haverá lugar à conversa da treta porque se começa a mexer com crenças fundamentais que foram inculcadas nas pessoas.
Vou gostar de ver, ou, se calhar, não!

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