Vamos tornar-nos mais civilizados?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Lopes quando ia de mota

Recebi este e-mail que transcrevo na íntegra

Lopes da Mota o impoluto filho de uma impoluta justiça

 
 

 

Texto de e-mail divulgado

 Há coincidências tramadas. Então não é que o procurador Lopes da Mota, o tal a quem os procuradores titulares pelo processo Freeport acusam de pressões, para além de ex-colega de Governo de Sócrates, ter sido igualmente suspeito de ter fornecido informações a Fátima Felgueiras sobre a investigação que corria contra si!?

Antes de rumar a Bruxelas, onde é agora presidente (meu Deus) do Eurojust (organismo europeu encarregado de zelar pela colaboração judiciária entre as autoridades dos diversos países), o digno procurador esteve colocado no Tribunal de Felgueiras.

Na altura, o dito cujo era secretário-geral da PGR e apontado como o possível sucessor de Cunha Rodrigues. O seu suposto envolvimento no processo de Fátima Felgueiras acabou por o fragilizar, ao ponto de ter perdido a vantagem para Souto Moura na nomeação para Procurador-Geral da República. Olhem do que escapámos, então é que era líquido que se arquivariam todos os processos que envolvessem a camarilha e ainda lá estaria.

É claro que não perderam tempo, havia que colocar o homem certo no lugar certo, é que, do mal o menos, assim sempre se salvaguardava a corrupção à portuguesa, em particular  os da sua família política.

O mais curioso, é que o inquérito, aberto pelo procurador-geral Souto de Moura (o tal que fingia ser um totó, para levar o barco a bom porto), foi arquivado por falta de qualquer tipo de provas nesse sentido. É que para determinados indivíduos, ou personalidades, as escutas telefónicas nunca provam nada, conforme podem atestar no Anexo.

Passo a transcrever o artigo em que Joaquim Vieira (que será feito dele?) denuncia, sem referir quem, no encerrado (pois claro, porque era incómodo) suplemento "Grande Reportagem", o comportamento de um ilustre da nossa "justiça", que eu, com o meu reconhecido mau feitio, jurei não esquecer e digitalizei, esperando ainda um dia vir a pedir contas. Mas aqui vai:

''Mãos sujas na justiça

Aos olhos dos cidadãos, há dois pesos e duas medidas na prática judicial

O país nem  reagiu à notícia de uma semana, anestesiado pelos sucessivos casos que têm abalado a confiança dos portugueses na Justiça. Concluído o inquérito ao suposto favorecimento de Fátima Felgueiras por um juiz do Supremo Tribunal Administrativo, chegou-se a um relatório com quase uma centena de páginas de transcrições de escutas telefónicas entre a foragida presidente da Câmara Municipal de Felgueiras e o magistrado, onde este transmite instruções à autarca para fugir à acção judicial que sobre ela impede por suspeitas de corrupção enquanto responsável máxima do executivo concelhio. Mais: o insigne jurista promete-lhe interceder junto de outros magistrados para os pressionar a abafar o processo. Quanto à acção movida a Felgueiras com vista à perda do mandato em consequência do processo de corrupção, o mesmo juiz pede-lhe que ela o avise do envio dos autos para o Tribunal Administrativo do Porto, para que ele accione logo influências junto do Ministério Público (e a verdade é que a autarca foi aí absolvida, com base no decisivo depoimento do magistrado em audiência, como sua testemunha de defesa). Vem a saber-se ainda que, já como vereadora em Felgueiras, 10 anos antes, a autarca vira ser arquivado semelhante processo contra si, também no mesmo tribunal portuense e aparentemente após diligências do mesmo magistrado. Como se tudo isto não bastasse, apurou-se agora que, no espaço de uma hora antes de a autarca fugir para o Brasil, há ano e meio, aparentando saber por antecipação que ia ser detida nesse dia, houve dez chamadas telefónicas do Tribunal Tributário do Porto, onde o magistrado disporia de gabinete, supostamente para Felgueiras (e mais uma para o seu ex-marido). Note-se que não estamos a falar de um magistrado qualquer, mas de um juiz-conselheiro. Em que outros processos terá sujado as mãos, ao longo de uma carreira que o levou ao topo? São situações como esta que levam a concluir que algo está podre no reino da Justiça e que, aos olhos dos portugueses, existe definitivamente uma prática judicial (implacável) para os cidadãos anónimos e outra (com inúmeras escapatórias) para quem pode dispor de influência social.

In Grande Reportagem de 9 de Outubro de2004 - OS PASSOS EM VOLTA de Joaquim Vieira''

Não fosse o facto de ele ter sido ilibado eu julgava que o indivíduo não passava de um canalha, sem escrúpulos de espécie alguma, mas como o foi, tenho que reconhecer estar enganado, e que o "traste" é honestíssimo, incapaz, ou de tomar qualquer atitude menos honesta, de pressionar seja quem for.

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