Vamos tornar-nos mais civilizados?

sábado, 9 de maio de 2009

Incidentes na Bela Vista: CDS chama Rui Pereira ao Parlamento

Independentemente do que possa vir a ser dito, tento aqui reproduzir o que suponho irá nas consciências daqueles dois.

Paulo Portas
Gostaria de saber da boca de V.Exa, Sr. Ministro porque é que a Polícia não estava lá quando eclodiram os confrontos.
Ministro
Mas a polícia estava lá. Foi justamente com ela que os confrontos começaram, sr. deputado.
Paulo Portas
A polícia não está devidamente avisada que estas minorias étnicas imigrantes são um cancro social e factores de criminalidade?
Ministro
A polícia tem a formação necessária e suficiente. O que aconteceu é que aquela gente ficou muito chateada porque um agente mais nervoso disparou um tiro para o ar justamente no momento em que um dos elementos da comunidade que ali habita ia a sobrevoar o local. Aconteceu que projéctil e cidadão em vôo colidiram, resultando daí deformações no projéctil e a morte do imigrante voador. Ora, foi justamente no funeral deste último que a coisa começou a ficar venérea, pois os habitantes daquele bairro, se mostraram incapazes de compreender um azar destes, que em Portugal é tão comum. 
Paulo Portas
O que se pretende saber é por que motivos só mataram um, sr. ministro!
Ministro
Como sabe, sr. deputado, desde que entrámos para a União Europeia, a polícia deixou de poder matar seja quem for com tiros nas costas e em situações análogas! Por uns tempos conseguimos ainda protelar a situação e até ainda se conseguiu degolar um num posto da GNR, mas a coisa começava a ser insustentável quer interna, quer internacionalmente. Para que não restassem margens para dúvidas à União Europeia, até instruímos a polícia no sentido de só disparar para o ar com tiros de aviso em situações destas, mas em Portugal as pessoas teimam em continuar a voar quando alguma arma é disparada, que hei-de eu fazer? Se calhar quer que me demita e que perca todas estas mordomias de ministro só porque aquele gajo, que andava no carjacking, bateu as botas e a coisa deu para o torto.
Paulo Portas
De modo algum, pois também eu não gostaria de perder as de deputado pela morte de um energúmeno de um preto. Mas o meu partido defende que uma eficaz actuação da polícia pode resultar numa benéfica diminuição da imigração em Portugal, pelo que, em situações como esta é dar carta branca e rédea solta à polícia. 
Ministro:
Sim, mas assumi compromissos que terei de respeitar e me impedem de utilizar tal estratégia, sob pena de ter de dar o lugar que ocupo a outro, entendeu? Tenho essa restrição ao exercício das minhas funções. Se uma ordem dessas pudesse ser tomada como qualquer coisa de não muito grave, eu ainda arriscava, mas compreenda que na situação em que estou, não posso correr riscos. Quem se vai tramar é o polícia que disparou, muito embora eu saiba que o senhor gostava de o condecorar e o apresentar como modelo a seguir, o que, em boa verdade, noutra situação me pareceria aceitável! 
Agora, parafraseando um antigo PM, deixe-me trabalhar!

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