Vamos tornar-nos mais civilizados?

terça-feira, 21 de abril de 2009

O inconsciente colectivo, Jung, eu e a velha.

Tive hoje, entre outras coisas, de me deslocar para o meio da cidade, para ir a uma Conservatória e depois a um notário, ou coisa que o valha. Aquele tipo de serviços públicos que por mais simplex que haja, serão sempre complicados, sobretudo demorados. Confesso que o critério que utiizo para me vestir quando não vou trabalhar é o que estiver mais à mão, pelo que não iria com a melhor das aparências.
A minha bexiga não se compadece com burocracias, motivo pelo qual já quase pela hora de almoço tive de ir a um café e, enquanto deixava numa mesa a minha mulher à espera dos cafés, dirigi-me à casa-de-banho que era de entrada mista e com portas de saloon.
Aí dei com uma senhora de idade que manifestava grande dificuldade em manejar as portas e segurar num carrinho de compras de lona e com rodas. 
Apercebendo-me da dificuldade da senhora, puxei uma das portas e agarrei no carrinho para lhe permitir descer o degrau que ela teria de descer e eu de subir. Como resposta levei uma palmada na mão e algo gritado que não percebi o que tivesse sido. Espantado, balbuciei, que estava apenas a tentar ajudar a senhora. Mas imediatamente me apercebi que tinha entendido mal o meu gesto e que pensou que eu tentava roubar-lhe o saco. 
 Como português típico, deveria afirmar a minha indignação por tentar ajudar quem manifestamente se encontrava em dificuldades e receber em troca palmadas numa mão. E que a partir de tal momento tinha boas razões para não ajudar mais nenhum idoso, pois não estou para levar mais palmadas injustificadas. Mas não! Não o farei!
Percebo que as pessoas andem desconfiadas e inseguras. Por isso, a partir de agora, primeiro vamos ao notário onde ficará registado que a ajuda que prestarei aquele idoso ou idosa, não terá por detrás qualquer outra intenção que não a ajuda mesmo. Só depois auxiliarei!

http://www.youtube.com/watch?v=kSzF9APwKO8

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