Vamos tornar-nos mais civilizados?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Legislação, Animais e Ética

Tendo tido folga hoje, fui ao Canil Municipal de Coimbra no sentido de renovar as vacinas dos meus cães. Fiquei a saber que por cada um pagarei cerca de nove euros e trinta cêntimos e só à quinta-feira à tarde os posso vacinar. Decidi ir então ao veterinário habitual dos meus animais, um profissional ímpar, que não só não faz da sua actividade um negócio à portuguesa, como tem a preocupação de explicar tudo quanto é preciso aos donos dos seus pacientes. A preocupação pedagógica daquele senhor devia constituir-se como exemplo para muitas das actividades profissionais deste charco, ocorrendo-me logo advogados à cabeça, seguidos dos funcionários do Fisco.
Voltando à "vaca fria", nos tempos que correm e nos que por aí vêm, muitas das pessoas que têm animais não dispõem dessas verbas para si, quanto mais para os seus animais, por muito que gostem deles. 
Não partilhando deste ponto de vista, tal qual o exponho, sei que é esse o pensamento que enforma a prática da maioria dos "amigos dos animais" neste sítio mal-frequentado a que chamamos Portugal. E não é de estranhar que assim pensem, pois mesmo o legislador não pensará de modo substancialmente diferente. Quando não, veja-se a legislação que regula a posse de animais. Podemos ficar logo pelo facto de serem considerados "coisas". Não se pode dizer dos autores da referida legislação que sejam pessoas que percebam muito de animais, ou sequer tenham reflectido qualquer coisa que valha a pena acerca do assunto. Para que não me acusem de muito criticar e nada fazer, aqui deixo um livro definitivo, de um autor neo-zelandês,professor de Ética na Universidade de Oxford, mundialmente consagrado no domínio da Ética, ética de que tanto se fala nos corredores do poder, porque muita lá falta, e porque não sabem o que é que distingue deontologia de Ética.
"Libertação Animal" de Peter Singer. Para deputados-caciques e outros semi-analfabetos que por lá possam andar, existe mesmo uma tradução portuguesa que os pode esclarecer e devolver-lhes, qual espelho, a imagem da besta que manifestam (e as bestas que me perdoem por serem motivo de comparação com tal gente).
Isto acontece em Portugal, numa era em que seres humanos já habitam o espaço...



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