Vamos tornar-nos mais civilizados?

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mais Magistratura em horário nobre

Nada tenho contra a magistratura deste país e até me tornaria um seu admirador se não aparecessem tanto na TV. Sabendo eu que a TV e os media, de uma forma geral, vivem de sangue, temo que a magistratura portuguesa ande ferida. Não percebo é onde, nem por quê ou quem. Acho bastante estranho que o sorteio de processos na Relação se realizem no Ministério da Justiça, com os meios técnicos e humanos do Ministério da Justiça, mas isso é facilmente explicado pela necessidade de um aproveitamento integral dos recursos disponíveis e, dada a presente crise e as passadas, feito a título gracioso. Acho mais estranho ainda que dois magistrados, gente que é conhecida por "cortar a direito" doa a quem doer, se queixem de terem sido pressionados, enquanto outra digníssima magistrada afirma publicamente que não há pressões nenhumas. Mas isso pode ter sido devido a um mau momento de ambos e um bom momento da segunda, ou vice-versa. Entretanto, o Presidente do Sindicato dos Magistrados declara na TV que as afirmações do seu último discurso não tinham por suporte nenhum caso em particular, mas eram declarações de princípio ou coisa que o valha, mas isso pode explicar-se por talvez ser adepto da filosofia do direito e, por isso, nunca querer descer ao concreto, preferindo ficar-se in tese.
Perante isto, e não tendo eu qualquer formação jurídica, pergunto se caso tenha alguma vez algum problema com a Justiça portuguesa, era possível eu ser julgado em Inglaterra?
Se souberem de alguma forma, digam-me porque é bom andarmos prevenidos. Nunca se sabe!
É que um advogado meu amigo que antes do 25 de Abril de 74 requereu Habeas Corpus para o seu cliente que estava preso havia imenso tempo, sem qualquer culpa formada, foi chamado ao gabinete do juiz que lhe perguntou apenas se ele não tinha reparado que aquele processo tinha sido instruído pela PIDE e o ameaçou com multas e sei lá que mais.
Ora, talvez comece a ficar esquizofrénico, ou acentuadamente esquizóide, estou em crêr que a Pide está de volta com outros nomes e novas roupagens. Sinais dos tempos.


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