Vamos tornar-nos mais civilizados?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Contribuição para uma História Nacional da Infâmia

Não pretendo aqui imitar ou macaquear Fernão Mendes Pinto e, muito menos, Jorge Luís Borges, autor da História Universal da dita, mas não encontro título mais adequado ao que os meus olhos vêem, os meus ouvidos ouvem e a minha sensibilidade ou falta dela experimenta.
Soube que alguns milhares de pensionistas, que têm reformas abaixo de miseráveis, terão interpretado erradamente que não teriam de fazer uma declaração de IRS. 
Em face disto, as Finanças, céleres como são a cobrar, imediatamente começaram a enviar notificações de multas para essas pessoas. São multas que despromovem a miséria em que muitas dessas pessoas vivem à indigência. 
Acontece que um movimento se forma, no sentido de amnistiar ou perdoar essas multas que em tempos difíceis como o que atravessamos, se tornam ainda mais penosas.
A resposta do Ministério das Finanças é a de que não pode perdoar porque seria abrir um precedente. 
Num País em que gestores públicos cometem o crime de pagar multas pessoais com dinheiros públicos, e não respondem no banco dos réus de um tribunal criminal como a lei determina, em que um conselheiro de Estado aparece envolvido em crimes que lesam o País e as Finanças Públicas sem que alguém de direito lhe peça a mínima satisfação, onde o PM aparece envolvido num obscuro caso de corrupção, com a Procuradoria a afirmar que não é suspeito, é infame que obriguem estas pessoas a pagarem o que está fora das suas possibilidades, afundando-os ainda mais. 
Tudo isto é infame!


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