Vamos tornar-nos mais civilizados?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A Taxa de Roubo

Recebi um e-mail que pelo seu conteúdo pode muito bem ser incluído no programa de governo constipado


A Taxa de Roubo
Mário Crespo*

Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística têm que criar mais um índice.

A Taxa de Roubo.

Um indicador destes devia ser periodicamente elaborado e divulgado em conjunto com os níveis de desemprego, de inflação ou do Produto Interno Bruto. Com uma Taxa de Roubo incluída no conjunto das funções estatísticas que já compilamos, teríamos uma imagem muito mais clara do Estado da Nação.
Se houvesse Taxa de Roubo, os noticiários da semana passada, para além dos números do PIB e do Desemprego, teriam incluído que no primeiro trimestre a Taxa de Roubo em Portugal se tinha mantido entre as mais elevadas do mundo industrializado.
Os analistas podiam depois ir à TV para nos desagregar a Taxa de Roubo (TR) nos seus componentes mais expressivos, o NSP (Nível de Sonegação Pura), que inclui tudo o que seja trocas em dinheiro vivo em malas, e o GDC (Grau de Desfalque Contabilizável), que descrimina os montantes em "off-shore" e os activos já transformados (quintas, apartamentos, carros, barcos e acções não cotadas na Bolsa que valorizem mais de um centena de pontos em recompra).
Assim, ao sabermos que já temos mais de meio milhão de desempregados e que a economia nacional continua a soluçar em níveis anémicos, ficaríamos a saber também que o grau de gatunagem nacional continua intocado e que, apesar da crise, de facto, a nacional roubalheira subiu em termos homólogos quando comparada com trimestres passados.
Ficaríamos a saber que a volumetria do roubo em Portugal é das mais imponentes na Zona do Euro e que, contrariando o pessimismo de Pedro
Ferraz da Costa quando disse ao Expresso que Portugal não tinha dimensão para se roubar tanto, há perspectivas para a Taxa de Roubo continuar crescer.
A insistência do Partido Socialista nos mega-projectos que, antes de começar já assinalam derrapagens indiciadoras de que a componente PPF (Pagamentos a Partidos e Figurões) vai crescer muito, é uma garantia de uma Taxa de Roubo que rivaliza com qualquer democracia africana ou sultanato levantino.
No PSD, a presença de candidatos com historial em posições elegíveis e em ternurenta proximidade com a líder, sugere que as boas práticas que têm sustentado a Taxa de Roubo vão continuar nos eventuais Ministérios de Ferreira Leite.
Neste ambiente de bagunça ideal, em que se juntam as possibilidades de grandes obras públicas com o frenesim eleitoral, os corretores podem mesmo, à semelhança do que se passa no mercado de capitais, criarvalor com Futuros baseados nos potenciais de subida da Taxa de Roubo Portuguesa.
Por exemplo a inclusão de António Preto nas listas do PSD funciona como uma espécie de colateral de garantia de que os fluxos de dinheiros partidários continuam com todas as perspectivas de crescimento. Mudam as malas, mas continua tudo na mesma.
Pode-se pois criar à confiança um produto derivado colateralizado de alto rendimento e risco relativo, porque os dois grandes partidos obviamente confiam que a ingenuidade do eleitor português se mantenha.
Julgo que, tal como Ferraz da Costa, também Henrique Medina Carreira foi excessivamente prudente ao comparar o Portugal político a um "grande BPN".
Acho que com TGV, auto-estradas, Freeport e acções não cotadas da Sociedade Lusa de Negócios a render lucros de centena e meia de pontos, Portugal é uma “holding” de rapinagem que faz o que se passou no BPN parecer a contabilidade de uma igreja mórmon.

* Jornalista da SIC. Este texto foi publicado no Jornal de Notícias de
17 de Agosto de 2009

5 comentários:

Anónimo disse...

Pois eu penso que sempre foi assim, desde a rapinagem do séc. aos cofres do tesouro, até hoje o nosso Pais já era. Não há política que nos valha a não ser a anexação a Espanha... penso que seria coisa que nuestros hermanos não veriam com bons olhos.
De forma que este país, a norte e cada vez mais a sul de Marrocos, qualquer dia não terá localização no mapa! É o império de Ali Bábá e os 40 ladrões e quando o saque terminar, já nos poderemos encaixar directamente em África, como continuação do Sahara. É preciso é investir na ponte e o mais rápido possível... senão...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Século XVII

Rebel disse...

Hihihihihihi

MONKO disse...

LA EATAMOS NOS ATENTAR RESOLVER OS NOSSOS PROBLEMAS ENDOSSANDO-OS A TERCEIROS.
ELES E QUE PODEM NÃO IR NISSO.