Vamos tornar-nos mais civilizados?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Crónica Despardaladas de um Viajante Constipado - Capítulo III

A história dos dromedários do dia anterior não parava de me aflorar à memória. Tanta ONG preocupada com a preservação da biodiversidade e com os direitos do animais e ninguém viu o que eu vi? Coisa estranha! Compreende-se: as cameras de TV que dão visibilidade a muitas destas ONGs não estão às portas do deserto. Ou os dromedários se mudam para local mais cosmopolita, ou caem no olvido dos activistas da coisa.
Bem, acordei às seis da matina e às seis e meia fui de Toyota Land Cruiser visitar o "Palmeiral".
O palmeiral é o oásis que existe perto da urbe. Está dividido em talhões por todos os agricultores e tudo parece decorrer na maior das harmonias e da entreajuda. Tudo é aproveitado, tudo é feito no sentido de aumentar a área arável e deter o avanço das dunas.
Passei a manhã no Palmeiral e à tarde fui ao centro da cidade. Estávamos já no Ramadão e só via abertas as lojas para turistas. Foi numa delas que entrámos e foi aí que me fartei de discutir com o comerciante que achou graça ao meu isqueiro e queria à viva força inclui-lo no negócio. Foi difícil reter o isqueiro. Do hotel onde estava hospedado até ao centro da cidade ainda havia uma boa distância a percorrer, de forma que fomos de charrete. O condutor da charrete, com ar de pobre diabo, levou-nos a essa loja e ao deixar-nos deixou nitidamente perceber que o comerciante era das suas relações. Ficou à nossa espera, para nos levar de volta ao hotel, tal como tínhamos combinado. Entre outras coisas comprei um cinzeiro e mais um lahafa. Depois da discussão dos preços (com e sem isqueiro incluído), voltei na caleche para o hotel. Quando estávamos a sentar-nos, o comerciante chamou o nosso condutor e diz-lhe qualquer coisa muito próximo do seu ouvido e a meia voz, enquanto lhe põe na mão qualquer coisa que o outro guardou imediatamente. Quando se voltou na minha direcção ainda sorria. E lá fomos para o hotel. Deixou-nos a 150 metros do hotel, alegando que o burro não conseguiria levar a carroça até lá. A conversa tinha começado quando lhe dissémos que o burro estava muito magro, ao que ele nos respondeu que era um burro árabe. Agradecemos, saímos e percorremos o resto do caminho procurando as sombras.
Chegados ao hotel, fui tomar bebidas isotónicas que aquele percurso, com aquele sol, deixa qualquer um em muito mau estado. Tinha-me levantado demasiado cedo, agora era aguardar pelo jantar e deitar-me!

2 comentários:

MONKO disse...

POR ALAH!
ATE HA DIFERENÇA NOS BURROS!
NÃO HA DIREITO!
OS NOSSOS ASNOS ESTÃO GORDOS,VIÇOSOS,E ALGUNS OCUPAM BONS LUGARES.
QUANTO AO RESTO,DEVE TER SIDO A ESTOPADA DO CUSTUME.
AGORA TALVEZ PERÇRBA MELHOR OD TUGAS.
ELES DEIXARAM CA ALGUMAS SEMENTES.

Rebel disse...

Hihihi