Vamos tornar-nos mais civilizados?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Crónica Despardaladas de um Viajante Constipado - Capítulo I

A aterragem do Boeing 737 da Cartage Airlines não terá sido das mais tranquilas que o Aeroporto Abib Bourguiba já conheceu, mas como julgo que aquela linha existe para levar peregrinos a Meca, e ponho a hipótese de os pilotos terem sido treinados para submeterem os crentes a mais algumas privações que os faça ficarem mais perto do martírio e, por isso, das setenta virgens que terão como prémio no paraíso que hipostasiaram, não sabem já aterrar de forma mais suave, pelo que dei ainda uns pinotezinhos. Bem, seja como for, lá conseguimos chegar todos vivos e descemos pelos próprios pés a escada que foi encostada ao aparelho. Depois, foi entrar para um autocarro que nos deixou mesmo junto da polícia que se encontrava preparadíssima para nos receber. Todos fomos filmados por uma máquina que também nos media a temperatura corporal. Saí em direcção à recolha de bagagens, depois de ser obrigado a preencher umas fichas que deixei na polícia, quando notei que o calor não era muito, mas a quase ausência de humidade no ar o tornava quase irrespirável. Estava à espera de encontrar alguém com uma tabuleta com o meu nome ou o da minha mulher, ou mesmo o da agência de viagens que organizava o "evento", quando reparei que o nome da agência constava numa espécie de carrinho de gelados, mas sem gelados. Atrás do carrinho, uma senhora afadigava-se em encontrar os nomes de todos os passageiros de um Boeing 737 repleto e dizer a cada um o número do autocarro em que devia entrar e que encontraria logo que passasse a porta da saída. Foi-me também dito que ficaria essa noite no hotel de que não deveria esquecer o nome para sair na paragem certa. Com o autocarro cheio, segui de Monastyr para Hammamet. A viagem decorreu sem incidentes, mas percebi logo que o trânsito autóctone é regulado mais pelas leis do bom-senso do que por qualquer código da estrada. Foi no início desta viagem que conheci o guia que durante quatro dias equivocamente nos guiaria pelo que dizia ser o deserto, mas era apenas a antecâmara da orla do dito, por dunas de dois metros de altura a cinquenta metros de uma estrada alcatroada e outras coisas que tais. Não obstante estas bizarrias, lá explicou a um ou a outro coisas que muito me espantaram. Entre elas e de grande utilidade que ao entrarmos numa medina, quando fizéssemos a primeira compra, o comerciante dar-nos-ia um saco de uma cor que anunciaria a todos os outros a nossa capacidade negocial. Assim, ao sair da primeira loja em que entrasse e sem que o saiba, o turista leva na mão um letreiro que indica a todos os outros comerciantes a sua "capacidade negocial", o potencial filão que ali vai, o tanso capaz de lhes angariar o sustento e lhes abrir a possibilidade do luxo. Estava cansado, tinha-me levantado às seis da manhã em Coimbra e só queria uma enxerga onde repousar a ossatura e os tecidos adiposos. Assim que cheguei ao hotel, comi qualquer coisa e fui descansar ambos, pois o dia seguinte começaria antes da seis da manhã...
Não perca os próximos capítulos!

8 comentários:

Anónimo disse...

Rebel... Olá!
Deixei um pequeno selo no meu blogue... a coisa não pega?!

Anónimo disse...

Pelos vistos a coisa começou bem... pelo menos, não foram passados a ferro... :))

MONKO disse...

REBEL,EU AVISEI-O.
TAMBEM ESTIVE EM HAMAMET,HOTEL FENICIA,MAS DORMI SEMPRE LA EMBORA FEZESSE UNS RAIDES POR AQUI E POR ALI.
COMO EU AVISEI AQUELES GAGOS NEM PARA JOGAR AS CARTAS SERVEM.AGUARDO NOVAS AVENTURAS PELAS TERRAS DOS AYATOLLAS.
SE AQUILO E O MELHOE VOU AQUI JA VENHO.
DESCULPE O ENVIO DA FOTO.

Anónimo disse...

E obrigada pelo selo... já que ficou tão engraçado! :))
Eu só atrbuí, porque gosto de ler este blogue. Faz bem ao espírito...
Portanto, o mesmo motivo pelo que foi atribuído...aqui.

Rebel disse...

Obrigado pela distinção!
Mas vai aos blogs que premiei que, por vezes, se não quase sempre, são trezentas vezes mais interessantes que este.

Anónimo disse...

O melhor será, então talvez retirar...

Rebel disse...

Não! De modo algum! O prémio é meu!
Hihi

Anónimo disse...

Obrigada. Ufa!... já me sentia um bocado acabrunhada... :(