Vamos tornar-nos mais civilizados?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Da febre da carraça ou das carraças com febre

Não sei ao certo o que me deu para abrir o editor de texto e desatar a escrever, mas ocorre-me que tenha sido a febre da carraça que me afectou e de que recupero ainda de algumas pequenas sequelas.Durante o período forte da coisa, estive um pouco desligado da realidade e nem aos jogos de futebol a que a realidade neste País se reduziu até há dois ou três dias eu assisti como todo e qualquer bom patriota. Tenho desculpas fundamentadas medicamente e por escrito para a gravidade da falta.
Tinha debelado a febre baixa e a temperatura tinha voltado ao normal sem o auxílio do paracetamol, ao contrário dos meus concidadãos, tomados pela febre da bola, que parecia ser mais alta que a minha do dia anterior. Ainda assim, no dia do Espanha – Portugal já me senti com forças suficientes para assistir ao ibérico jogo. Ainda bem que o vi, porque soube em primeira mão que os espanhóis mereceram ganhar o jogo e não houve Miguéis de Vasconcelos entre a nossa rapaziada. Tinha ainda algumas dores em todas as articulações e isso parece ter-se transmitido à selecção nacional, mas não aos espanhóis que ganharam com inteira justiça.
Seguiu-se o folclore habitual. O povoléu, acicatado pelos media, pedia, qual Salomé, a cabeça de Queiroz numa bandeja. Os media, como quem vai à lenha para atiçar mais a fogueira, esmiuçaram tudo ao pormenor, para que se concluísse agora que o homem, afinal, não é o maior da Cantareira e ainda está abaixo do Chico Fininho.
E assim foi, chegaram a essa conclusão por meio de algumas derivações algo dúbias e que não resistiriam a uma elementar análise de Lógica. Digamos que os media estavam a prescrever ao povoléu a azitromicina que também eu andava a tomar e que é assim uma espécie de veneno que tudo destrói e que exige da parte de quem a toma alguma robustez para que aguente tal tratamento.
Por outro lado, este súbito desligar do mundial trouxe também alguns problemas ao executivo, pois com os aumentos dos impostos e a diminuição dos ordenados a apanharem as pessoas não distraídas ou eufóricas com o futebol que acabou e, ainda por cima, frustradas com isso, vão seguramente aceitar menos docilmente estas “medidas de salvação nacional” preconizadas no sentido de não descapitalizar quem tem o capital tão necessário à regeneração económica e financeira do País, mas a quem já está habituado a apertar o cinto ou viver com ele apertado. Eu posso agora apertar mais um ou dois furos o cinto, pois a destruição da flora intestinal pela administração de azitromicina é devastadora, mas parece-me que o País se está a afundar numa enorme diarreia.
Agora, meus senhores, se me derem licença, vou ali à casa-de-banho e já volto!

1 comentário:

Anónimo disse...

Portanto e passados uns bons meses, continua a cheirar mal que até dói!... de mal a pior
Apesar de teres tido algo que nem ao meu pior inimigo desejo, os efeitos foram positivos, pois este é um dos meu blogues favoritos e estava já com saudades...
Quanto ao ser fumadora, pelos vistos não resulta... o meu olfacto apesar de fumar e há muito, trouxe-me logo aqui... :))
Infelizmente, para mim, tens razão...temos de apanhar com a pestilência geral de chofre!
Quanto á flora intestinal, Ultra Levure, em relação ao País... o remédio seriam uns mísseis ali para os Lados da Capital!
As melhoras rápidas e não desistas deste blogue... :) Há males que vem por bem... :)
Abraço e ao Cajuja também.